domingo, 30 de janeiro de 2011



Cântico dos Cânticos – Biblia


(…)

Canção da amada

Ela.

Sou morena, porém graciosa,
ó filhas de Jerusalém,
como as tendas de Cedar,
como os pavilões de Salomão.
Não me olheis com desdém, por eu ser morena!
Foi o sol que me bronzeou:
os filhos de minha mãe, aborrecidos comigo,
puseram-se a guardar as vinhas;
a minha própria vinha não pude guardar.

(…)

Descrição da amada

Ele.

Como é formosa, minha amada!
Como és formosa,
com teus olhos de pomba,
na transparência do teu véu!
Teus cabelos são como um rebanho de cabras,
esparramando-se pelas encostas do monte Galaad.
Teus dentes são como um rebanho de ovelhas tosquiadas,
recém-saídas do lavadouro:
cada um com seu par, sem perda alguma.
Teus lábios são fita de púrpura, de fala maviosa.
Tuas faces são metades de romã,
na transparência do véu.
Teu pescoço é como a torre de Davi,
construída com parapeitos,
da qual pendem mil escudos
e armaduras de todos os heróis.
Teus seios são como duas crias,
gêmeos de gazela, pastando entre lírios.

Ela.

Antes que expire o dia e cresçam as sombras,
irei ao monte da mirra e à colina do incenso.

Ele.

És de toda formosa, minha amada,
e em ti não se encontra defeito algum.

Descrição do amado

Coro.

O que distingue dos outros o teu amado,
ó mais bela entre as mulheres?
O que distingue dos outros o teu amado,
para que assim nos conjures?

Ela.

O meu amado é branco e corado,
inconfundível entre milhares:
Sua cabeça é ouro puro,
a cabeleira é leque de palmeira,
é negra como o corvo.
Seus olhos são pombos,
junto aos cursos de água,
banhando-se em leite,
detendo-se no remanso.
Suas faces são canteiros de bálsamos,
tufos de ervas aromáticas.
Seus lábios são como lírios,
a destilar um fluido de mirra.

Suas mãos são braceletes de ouro,
guarnecidas com pedras de Társis,
Seu corpo é marfim lavrado,
recoberto de safiras.
Suas pernas são colunas de alabastro,
assentadas em bases de ouro.
Seu aspecto, como Líbano, airoso como os cedros.
Sua boca é só doçura; todo ele, pura delícia.
Tal é o meu amado, assim é o meu amigo,
ó filhas de Jerusalém.


Cântico dos Cânticos. In.: COSTA, Flávio Moreira da (Org.). As 100 melhores histórias eróticas da literatura universal. 5. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005. p. 31 – 37.




Cântico Espiritual
Redação do manuscrito de Sanlúcar


Canções entre a alma e o esposo


(...)

  Esposo

27. Entrou a esposa
no ameno local desejado,
e bem à vontade repousa
com seu colo reclinado
nos doces braços do amado.

28. Debaixo da macieira,
comigo foste casada,
ali te dei a mão
e foste reparada
onde fora tua mãe violada.

  Esposa

35. Gozemo-nos, amado,
e em tua beleza nos vamos contemplar
sobre a montanha ou a colina,
de onde jorra a água pura,
e mais fundo penetramos na espessura.

36. E logo nas mais altas
cavernas de pedras iremos,
nas que ficam bem escondidas,
e nelas nós entraremos,
e o sumo da groselha sorveremos.

37. Lá então me mostrarás
aquilo que minh'alma pretendia,
e em seguida me darias,
ali mesmo, tu, vida minha,
aquilo que me deste no outro dia.

(...)


LA CRUZ, Juan de. Poésies Completes. In.: COSTA, Flávio Moreira da (Org.). As 100 melhores histórias eróticas da literatura universal. 5. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005. p. 118 – 119.



Os Atos Sexuais dos Eunucos


(...)

      Os diferentes tipos de amor


      Todos os homens versados nas humanidades são de opinião que há quatro tipos de amor:
1.  O adquirido pelo hábito.
2.  O que resulta da imaginação.
3.  O que resulta da confiança.
4.  O que resulta da percepção dos objetivos externos.

      O amor que resulta de um ato constante e contínuo é chamado de amor adquirido pela prática e hábito constantes  por exemplo, o amor à relação sexual, à caça, à bebida, ao jogo etc.
      O amor sentido por coisas a que não estamos habituados, e que provém apenas de ideias, é chamado de amor que resulta da imaginação – por exemplo, o amor que alguns homens, mulheres e eunucos sentem pela Auparishtaka, ou união oral, e o que todos sentem por abraços, beijos etc.
      O amor mútuo e verdadeiro, quando o homem e a mulher sentem pertencer um ao outro, é chamado pelos sábios de amor que resulta a confiança.
      O amor que resulta da percepção dos objetos externos é muito evidente e conhecido por todos, porque o prazer que ele proporciona é superior ao prazer dos outros tipos de amor, que só existem em razão de si mesmos.
      O que foi dito neste capítulo sobre a união sexual é suficiente para os homens cultos; mas para a ilustração dos ignorantes, o mesmo assunto será agora tratado detalhadamente.

(…)


VATSYAYANA. Kama Sutra. In.: COSTA, Flávio Moreira da (Org.). As 100 melhores histórias eróticas da literatura universal. 5. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005. p. 51.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

De Onde Vem A Calma - Los Hermanos
Composição: Marcelo Camelo


De onde vem a calma daquele cara?
Ele não sabe ser melhor, viu?
Como não entende de ser valente?
Ele não saber ser mais viril
Ele não sabe não, viu?
Às vezes dá como um frio
É o mundo que anda hostil
O mundo todo é hostil

De onde vem o jeito tão sem defeito?
Que esse rapaz consegue fingir
Olha esse sorriso tão indeciso
Tá se exibindo pra solidão
Não vão embora daqui
Eu sou o que vocês são
Não solta da minha mão
Não solta da minha mão

Eu não vou mudar não
Eu vou ficar são
Mesmo se for só
Não vou ceder
Deus vai dar aval sim
O mal vai ter fim
E no final assim calado
Eu sei que vou ser coroado
Rei de mim.


Fonte: http://letras.terra.com.br/los-hermanos/67558/

O Êxtase de Santa Tereza


(...)

"Já passava pouco das 3:00, todo o mosteiro estava silencioso, todos dormiam, até Teresa, estava profundamente num sonho onde via um mundo estranho governado por cavalos de metal com rodas e cheio de gigantes cubos de vidro, mas no meio disto tudo, sentiu uma vontade de acordar. Ao abrir os olhos, viu que todo o seu quarto estava iluminado, como se de dia fosse, ignorou essa primeira impressão, até que a ideia lhe atingiu o mais profundo do seu subconsciente, e ela levantou-se da cama. À sua frente, a imagem que mudou toda a sua vida e com ela a história do mosteiro de S. Euclides.

- Teresa... - disse-lhe a voz do ser iluminado que lhe aparecia à frente.
- Chegou a minha hora senhor?
- Não, venho aqui para encher o teu vazio, já o tens sentido à algum tempo. Deus ouviu as tuas preces e encarregou-se de me enviar para te ajudar.

Teresa, um pouco incrédula com a situação, esfregou os olhos para tentar acordar daquilo que só podia ser um sonho, mas não resultou, o ser iluminado ainda se encontrava à sua frente.

- E como pensas encher o meu vazio?
- Deus entregou-me esta lança para que possa satisfazer o teu mais eterno desejo.

Teresa não sabia o que pensar, só quis fechar os olhos e rezar, e entregar-se à sua morte. O Anjo, apontou para o seu ventre, e lançou a lança. Contudo, Teresa não sentiu o seu ventre a ser trespassado mas sim a sua zona sagrada, que reservara toda a sua vida para servir Deus quando o momento fosse o certo. A sua primeira ideia foi que a sua santidade e pureza estava a ser violada, mas por um servo do seu Senhor, a seu pedido, tal como ele lhe tinha dito, para satisfazer os seus desejos mais íntimos. E quando finalmente se apercebeu, reparou que esses desejos estavam a ser mesmo realizados. O acto durou algum tempo, e no fim ela sentia-se como que rejuvenescida, o seu vazio tinha sido preenchido, e logo por um ser iluminado, um Anjo, um servo do seu Deus. Ela levantou-se para o agradecer, mas já ele tinha partido, então deitou-se e deixou-se adormecer."

(...)


Fonte: http://portraitsofme.blogspot.com/2007/01/o-xtase-de-santa-teresa.html

São João da Cruz – Noite Escura



Em uma noite escura

De amor em vivas ânsias inflamada

Oh! Ditosa aventura!

Saí sem ser notada,

Estando já minha casa sossegada.


Na escuridão, segura,

Pela secreta escada, disfarçada,

Oh! Ditosa aventura!

Na escuridão, velada,

Estando já minha casa sossegada.


Em noite tão ditosa,

E num segredo em que ninguém me via,

Nem eu olhava coisa alguma,

Sem outra luz nem guia

Além da que no coração me ardia.


Essa luz me guiava,

Com mais clareza que a do meio-dia

Aonde me esperava

Quem eu bem conhecia,

Em lugar onde ninguém aparecia.


Oh! noite, que me guiaste,

Oh! noite, amável mais do que a alvorada

Oh! noite, que juntaste

Amado com amada,

Amada, já no amado transformada!

Em meu peito florido

Que, inteiro, para ele só guardava,

Quedou-se adormecido,

E eu, terna o regalava,

E dos cedros o leque o refrescava.


Da ameia a brisa amena,

Quando eu os seus cabelos afagava,

Com sua mão serena

Em meu colo soprava,

E meus sentidos todos transportava.


Esquecida, quedei-me,

O rosto reclinado sobre o Amado;

Tudo cessou. Deixei-me,

Largando meu cuidado,

Por entre as açucenas olvidado.


Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?id=&e=3505
Celtic Woman - Níl Sé'n Lá


Chuaigh mé isteach i dteach aréir
is d'iarr mé cairde ar mhnaoi an leanna.
Is é dúirt sí liom "Ní bhfaighidh tú deor.
Buail an bóthar is gabh abhaile

Eu fui para uma casa noite passada
E disse à mulher que ia ficar
Eu disse para ela:
A lua brilha e meu violino está pronto para tocar

Diga que a noite é longa
Diga que a lua brilha
Encha o copo, eu vou cantar
E a música começará a fluir

Esqueça que a luz levanta
Não há sinal de dia ou escuridão
No meu coração ainda é noite
E ficaremos até de manhã

refrão
Níl sé ina lá, níl a ghrá,
níl sé ina lá is ní bheidh go maidin,
níl sé ina lá is ní bheidh go fóill,
solas ard atá sa ghealaigh.

Não é dia e ainda não amanhece
Eu posso ver as estrelas brilhando
Níl sé ina lá is ní bheidh go fóill,
solas ard atá sa ghealaigh

Encha os copos outra vez
E encha as garrafas vazias
Transforme a agua em vinho
E encha mais a festa

Não saia nesse frio
Onde o vento e chuva sopram
Pois o fogo flameja ouro
E aqui a música flui

Níl sé ina lá, níl a ghrá,
níl sé ina lá is ní bheidh go maidin,
níl sé ina lá is ní bheidh go fóill,
solas ard atá sa ghealaigh.

Diga que a noite é longa
Diga que a lua brilha
Encha o copo, eu vou cantar
E manteremos a música tocando
Até que tudo esteja cantado


Fonte: http://letras.terra.com.br/celtic-woman/1581667/traducao.html

terça-feira, 25 de janeiro de 2011


(…)

“Imóvel Biana sente o toque das mãos do pianista e reza para que ele não sinta seu corpo estremecer. Nunca havia experimentado tamanha sensação. Jamais alguém a tocara de forma tão especial, delicada. Por isso fecha os olhos  fica percorrendo com a mente o caminho que as mãos suaves de Dago faze em seu rosto. A respiração ofegante aumenta quando ele lhe beija os lábios. Molhadas, as bocas se entregan num encontro ardente. Um beijo prolongado une seus corpos. Com as mãos envolvendo a cabeça da moça, o pianista sente o coração de Biana bater forte junto ao seu corpo. Quer senti-lo entre as mãos que, em concha, vão de encontro aos seios rijos da moça. Sem forças, ela deixa-se dominar pelo prazer que o rapaz lhe proporciona. Nem que quisesse conseguiria resistir a tamanha excitação. Limita-se a olhá-lo, lânguida, o corpo entregue ao homem diante de si. Aos poucos, Dago vai lhe abrindo o vestido, enquanto beija o pescoço e o colo. Deita-a no chão, diante da tela, enquanto as ,mãos acariciam sua pele cada vez mais quente. O lábios do pianista brincam com o corpo de Biana, que estremece a cada toque seu. Suga-lhe a pele tão delicadamente que as faces da moça parecem se esvair.

(…)

“Com a boca, o rapaz vai percorrendo o corpo da moça, sentindo a pele macia entre os lábios. Toca-lhe a penugem abaixo do umbigo, e com as mãos segura suas coxas rígidas. Completamente entregue, Biana oferece inteira para ele. O cheiro do seu sexo toma conta do ambiente, revelando um prazer indisfarçável. Nua, deixa à mostra um triângulo de vastos pêlos, que é explorado primeiro com a boca, como se o homem tateasse no escuro à procura da fonte da fonte de prazer; e depois com a mão, sentindo-lhe a umidade quente. Brinca com os dedos entre os pêlos, cadenciando os movimentos no sexo umedecido, como se tocasse suavemente as teclas do seu piano, numa melodia estonteante.

(…)

“A intensidade com que se amam delata o prazer de ambos. Os corpos colados deslizam num vai-e-vem instintivo e ritmado, acompanhado pelos gemidos quase abafados. Num sussurro, Dago anuncai o gozo, procurando a boca da companheira para um demorado beijo. Com as pernas, Biana o prende dentro de si, como se quisesse prolongar o prazer.”

(…)


SANTOS, Carlos Nealdo dos. O pianista do silencioso. Maceió: Edufal, 2007. (Cap. A Lei do Desejo - p. 79)

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Coldplay – Sparks


(Faíscas)




Eu te afastei?
Eu sei o que você vai dizer
Você diz, "Oh, cante uma que nós conhecemos"


Isso eu te prometo
Eu sempre vou zelar por você
É, isso é o que eu vou fazer


Eu digo "Oh"
Eu digo "Oh"


Meu coração é seu
É em você que eu me seguro
É, é isso que eu faço


Eu sei que estava errado
Não vou te decepcionar
Oh sim eu vou, sim eu vou, sim eu vou


Eu digo "Oh"
Eu choro "Oh"


É, eu vi faíscas
Cantando


La, la, la, la, la oh




Fonte: http://letras.terra.com.br/coldplay/8090/traducao.html