domingo, 30 de outubro de 2011

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“Eu comecei a ficar obcecado por tartarugas. Quando decidi comprar cinco ou seis tartarugas coloquei-as numa banheira no meio da sala. Elas são muito dóceis. Não se movem, não mostram qualquer emoção. São quase … inanimadas. São a ideia mais idiota para um bicho de estimação. São o oposto dos cães. Não suporto cachorros. Eles são muito pidões e você pode fazer de tudo com eles. Eu gosto de gatos e animais que precisam de atenção. Você tem que tomar conta deles e eles tem aquela atitude de “Foda-se. Eu estou preso aqui, sou miserável, te odeio e não vou fazer nenhuma gracinha pra você ”. Esses cascos não são muito uteis, são muito sensíveis, e se você toca neles acaba machucando-as. Eles não protegem muito como você pensa. Se eles caírem para trás o casco se quebra e elas morrem.”

Documentário: Kurt Cobain – Retrato de uma Ausência

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Paradise - Coldplay

(Paraíso)


Quando ela era apenas uma garota
Ela tinha expectativas com o mundo
Mas isso voou além de seu alcance
Então ela fugiu em seu sono

E sonhou com o para-para-paraíso
Para-para-paraíso
Para-para-paraíso
Toda vez que ela fechava os olhos

Ooohh

Quando ela era apenas uma garota
Ela tinha expectativas com o mundo
Mas isso voou além de seu alcance
E balas foram pegas com seus dentes

A vida continua
Fica tão pesada
A roda corrompe a borboleta
Cada lágrima, uma cachoeira
Na noite, na noite da tempestade
Ela fechou os olhos
Na noite
Na noite da tempestade
Ela voou para longe

E sonhou com o para-para-paraíso
Para-para-paraíso
Para-para-paraíso
Whoa-oh-oh oh-oooh oh-oh-oh

Ela sonhou com o para-para-paraíso
Para-para-paraíso
Para-para-paraíso
Whoa-oh-oh oh-oooh oh-oh-oh

La-la-la-la-la

Ainda deitada debaixo do céu tempestuoso
Ela disse oh-oh-oh-oh-oh-oh
Eu sei que o sol está pronto para nascer

Isso poderia ser o para-para-paraíso
Para-para-paraíso
Isso poderia ser o para-para-paraíso
Whoa-oh-oh oh-oooh oh-oh-oh

Isso poderia ser o para-para-paraíso
Para-para-paraíso
Isso poderia ser o para-para-paraíso
Whoa-oh-oh oh-oooh oh-oh-oh

Ooohh

Isso poderia ser o para-para-paraíso
Para-para-paraíso
Isso poderia ser o para-para-paraíso
Whoa-oh-oh oh-oooh oh-oh-oh

Ooohh, oohh ...


Fonte: http://www.vagalume.com.br/coldplay/paradise-traducao.html

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Inequação - Sidney Wanderley




Não se entra e sai da amada
Como se entra e sai do teatro.
Do teatro se entra e sai
da mesma forma e maneira;
com cinco dedos por mão,
com vinte dedos no corpo,
trinta idéias na cabeça,
algum dinheiro no bolso;~
com vida, se entrarmos vivos,
defuntos, se entrarmos mortos.

Na amada mergulhamos
por completo, inteiramente,
e quando à tona tornamos
há em nós algo de menos:
pode ser farto suor
a encharcar nossas vestes,
nosso sangue, nosso sêmem
que em seu ventre florece,
pode ser nossa agonia,
careta nossa de gozo,

nossa contrição de prece,
ou fadiga que inunda
e mina os corpos prostrados
enquanto ruge lá fora
um vento desorbitado.
O fato é que algo resta
longe de nós, naufragado,
e não mais somos quem éramos
quando cansados fugimos
do mar gozoso da amada.

Não se entra e sai da amada
como se entra e sai de um auto.
Num auto se entra e se passeia
por ladeiras e ruas planas,
por campos, charcos, desertos,
asfalto, barro batido,
canaviais, açucenas,
e ao final da jornada
restamos inteiros e vivos,
de igual forma como entramos.

Na amada mergulhamos
por completo, inteiramente,
e quando à tona tornamos,
há em nós algo de excesso:
pode ser o seu perfume
recendendo em nossa pele,
a mancha do seu batom
tatuada em nosso ombro,
um pêlo negro do púbis
boiando em nossa saliva,
ou o nosso peito inflado
de senhor-dono do mundo
( porque senhores da amada ).
O fato é que ao final
da batalha sem porfia
em nosso corpo gravita
o que antes não ousaria:
um sargaço, um crustáceo,
sal, areia, maresia,
ou algo que antes no mar
gozoso da amada dormia.

Em verdade não se entra
como se sai da amada:
em nós algo se acrescenta,
ou em nós algo há
que falta.



Fonte: http://chicodeassispoesia.blogspot.com/2009/09/inequacao-poesia-de-sidney-wanderley.html

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Tendo a Lua - Os Paralamas do Sucesso


Eu hoje joguei tanta coisa fora
Eu vi o meu passado passar por mim
Cartas e fotografias gente que foi embora
A casa fica bem melhor assim.

O céu de Ícaro tem mais poesia que o de Galileu
E lendo teus bilhetes, eu lembro do que fiz
Querendo ver o mais distante e sem saber voar
Desprezando as asas que você me deu.

Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu.