domingo, 24 de julho de 2011

“O ímpeto de crescer e viver intensamente,
foi tão forte em mim, que não consegui resistir a ele.
Enfrentei meus sentimentos.
A vida não é racional!
É louca e cheia de mágoa.
Mas não quero viver comigo mesma.
Quero paixão, prazer, barulho, bebedeira, e todo o mal.
Quero ouvir música rouca, ver rostos, roçar em corpos,
beber um Benedictine ardente.
Quero conhecer pessoas perversas, ser íntima delas.
Quero morder a vida, e ser despedaçada por ela.
Eu estava esperando.
Esta é a hora da expansão, do viver verdadeiro.
Todo o resto foi uma preparação.
A verdade é que sou inconstante,
com estímulos sensuais em muitas direções.
Fiquei docemente adormecida por alguns séculos,
e entrei em erupção sem avisar.” 


(Anais Nin)

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Todos os filmes pornôs são iguais


A pon-ta da lín-gua to-ca o cli-tó-ris. Cai de boca, lambe-lambe, chupa, suga, morde, mordisca, se lambuza. Encharca-boceta, é a deixa. Invade. Enfia cabeça, tronco, membro arregaça. Estoca, estoca, estoca. A parede do útero, bate-bate. Tira, mexe, vira, bunda escancara, mete tudo, isso, força, vai, no cuzinho, me fode gostoso, seu filho-da-puta, que pau duro, mete-mete, não goza, não, espera, goza na minha boca, quero engolir até a última gota de porra do meu homem. Vem, tira, vem, língua pra fora, cachorrinha, bate-bate na cara, vou gozar, safada, vou gozar, abre, engole, filha-da-puta, engole minha porra toda, toma, vadia, isso, lambe até a última gota, lambe a cabeça do meu pau, chupa tudo, põe tudo na boca, vamos, isso, assim, delícia, gostosa. Fim.


ESTA É UMA OBRA DE FICÇÃO MAS O AUTOR NÃO SE IMPORTA NEM UM POUCO DE FAZER ISSO ENTRE QUATRO PAREDES OU AO AR LIVRE NUM LOCAL ISOLADO E PARADISÍACO (COM A SUA MULHER).






Fonte: http://www.o-bule.com/?zx=efd1856af7efe88a

sábado, 16 de julho de 2011

Sobre o Excessos


A alegria não esfriou minha carne. Eu não sei controlar a medida do açúcar no café, o peso da xícara, muito menos dosar o afeto, a amizade, o amor, a raiva, o despreparo. Começo pelo final para não ter dúvidas do início.

Quando ia dormir e era do tamanho do que imaginava, escutava os adultos falando na sala de estar. Eles falavam baixinho. Meus ouvidos caminhavam na ponta dos pés para escutar as conversas. Acho que minha audição se esforçou tanto para reconstituir os assuntos sérios e proibidos que não teve forças para voltar para cama.

Havia uma fresta no porão que dava ao jardim. Durante duas semanas, cavei com uma colher de sopa o cimento para aumentar meus olhos. Fiz uma lâmpada no muro. Passava pela fenda odores de fungos e musgos. Até hoje não diferencio os cogumelos venenosos dos sadios.

Como descobrir o que mata sem morrer um pouco por vez?

(Fabrício Carpinejar)




Fonte: http://aescrevedora.blogspot.com/

sábado, 2 de julho de 2011

Acrilic on Canvas - Legião Urbana
Composição: Dado Villa-Lobos / Renato Russo / Renato Rocha / Marcelo Bonfá


É saudade, então
E mais uma vez
De você fiz o desenho mais perfeito que se fez
Os traços copiei do que não aconteceu
As cores que escolhi entre as tintas que inventei
Misturei com a promessa que nós dois nunca fizemos
De um dia sermos três


Trabalhei você em luz e sombra
E era sempre, Não foi por mal
Eu juro que nunca quis deixar você tão triste


Sempre as mesmas desculpas
E desculpas nem sempre são sinceras
Quase nunca são


Preparei a minha tela
Com pedaços de lençóis que não chegamos a sujar
A armação fiz com madeira
Da janela do seu quarto
Do portão da sua casa
Fiz paleta e cavalete
E com lágrimas que não brincaram com você
Destilei óleo de linhaça
Da sua cama arranquei pedaços
Que talhei em estiletes de tamanhos diferentes
E fiz, então, pincéis com seus cabelos
Fiz carvão do baton que roubei de você
E com ele marquei dois pontos de fuga
E rabisquei meu horizonte


E era sempre, Não foi por mal
Eu juro que não foi por mal
Eu não queria machucar você
Prometo que isso nunca vai acontecer mais uma vez


E era sempre, sempre o mesmo novamente
A mesma traição


Às vezes é difícil esquecer:
"Sinto muito, ela não mora mais aqui"
Mas então, por que eu finjo
Que acredito no que invento?
Nada disso aconteceu assim
Não foi desse jeito
Ninguém sofreu
É só você que me provoca essa saudade vazia
Tentando pintar essas flores com o nome
De "amor-perfeito"
E "não-te-esqueças-de-mim"


Fonte: http://letras.terra.com.br/legiao-urbana/46926/