segunda-feira, 19 de março de 2012

Tanto (I Want You) - Skank


Coveiros gemem tristes ais
E realejos ancestrais juram que
Eu não devia mais querer você
Os sinos e os clarins rachados
Zombando tão desafinados
Querem, eu sei, mas é pecado
Eu te perder

É tanto, é tanto
Se ao menos você soubesse
Te quero tanto

Políticos embriagados
Dançando em guetos arruinados
E os profetas desacordados
A te ouvir
Eu sei que eles vem tomar meu
Drinque em meu copo a trincar
E me pedir pra te deixar partir

É tanto, é tanto
Se ao menos você soubesse
Te quero tanto

Todos meus pais querem me dar
Amor que há tempos não está lá
E suas filhas vão me deixar
Por isso não me preocupar
Eu voltei pra minha sina
Contei pra uma menina
Meu medo só termina estando ali
Ela é suave assim
E sabe quase tudo de mim
Ela sabe onde eu
Queria estar enfim

É tanto, é tanto
Se ao menos você soubesse
Te quero tanto

Mas seu dândi vai
De paletó chinês
Falou comigo mais de uma vez
Não, eu sei, não fui muito cortês
Com ele,não
Isso, porque ele mentiu, porque
Te ganhou e partiu
Porque o tempo consentiu
Ou se não porque

É tanto, é tanto
Se ao menos você soubesse
Te quero tanto
É tanto
Se ao menos você soubesse
Te quero tanto


terça-feira, 13 de março de 2012

Madredeus - O pastor


Ai que ninguém volta
ao que já deixou
ninguém larga a grande roda
ninguém sabe onde é que andou

Ai que ninguém lembra
nem o que sonhou
(e) aquele menino canta
a cantiga do pastor

Ao largo
ainda arde
a barca
da fantasia
e o meu sonho acaba tarde
deixa a alma de vigia
Ao largo
ainda arde
a barca
da fantasia
e o meu sonho acaba tarde
acordar é que eu não queria.


There is a light that never goes out – The Smiths

(Há Uma Luz Que Nunca Se Apaga)


Me leve para sair esta noite
Onde haja música e pessoas
Que sejam jovens e vivas
Sendo levado no seu carro
Eu nunca mais quero ir para casa
Porque eu não tenho mais
Uma casa

Me leve para sair esta noite
Porque quero ver gente
E eu quero ver luzes
Passeando no seu carro
Oh por favor não me deixe em casa
Porque esta não é minha casa
Esta é a casa deles
E eu não sou mais bem-vindo

E se um ônibus de dois andares
Colidisse contra nós
Morrer ao seu lado
Que jeito divino de morrer
E se um caminhão de dez toneladas
Matasse a nós dois
Morrer ao seu lado
Bem, o prazer e o privilégio seriam meus

Me leve para sair esta noite
Oh me leve para qualquer lugar
Eu não me importo, não me importo
E numa passagem subterrânea escurecida
Eu pensei "Oh Deus, minha chance finalmente chegou!"
Mas então um medo estranho me tomou
E eu simplesmente não pude pedir

Me leve para sair esta noite
Me leve para qualquer lugar
Eu não me importo, não me importo, não me importo
Simplesmente indo no seu carro
Eu nunca mais quero ir para casa
Porque não tenho mais uma casa
Oh, eu não tenho mais

Há uma luz que nunca se apaga
Há uma luz que nunca se apaga
Há uma luz que nunca se apaga
Há uma luz que nunca se apaga...


segunda-feira, 12 de março de 2012

Biblio’s Mandamentos


1- Amarás tua profissão sobre todas as outras

2- Amarás ao usuário como a ti mesmo

3- Não classificarás o livro pela capa

4- Não serás egoísta, e emprestarás também periódicos

5- Perdoarás aquele usuário que não sabe   do que necessita

6-Não confundirás cordialidade com bom atendimento

7- Atenderás bem, e serás recompensado

8- Serás ético e responsável

9- serás atento ao serviço de referência

10- serás disseminador da informação para todo o sempre...

... Em nome de Paul, La Fontaine, Dewey e

Ranganathan, amém!!!


Feliz dia dos bibliotecários!!!


quarta-feira, 7 de março de 2012

Carta de Werther à Lotte:


“Está resolvido, Lotte, quero morrer e escrevo a você sem exaltação romântica, impassível, na manhã do dia em que a verei pela última vez. Quando ler esta, minha adorada, a campa fria já terá cerrado os restos enrijecidos do irrequieto, do infeliz, que não conheceu nos derradeiros momentos de sua vida nada mais doce do que conversar com você. Tive uma noite horrível e... sim, uma noite benéfica. Foi ela que fortaleceu e determinou a minha resolução: quero morrer! Após ter me afastado de você ontem á noite, com a alma em convulsão, com o coração apertado, consumindo ao seu lado a minha existência sem esperanças gelado de horror... mal pude chegar ao meu quarto, lancei-me de joelhos, completamente fora de mim e, oh, Deus! Você me concedeu, pela última vez, o alívio das lágrimas amargas! Mil possibilidades, mil perspectivas debatiam-se em minha alma até que, por fim, lá estava ele, firme, inteiro, o último, o único pensamento: quero morrer! – Deitei-me ao despertar esta manhã, mais tranqüilo, ele continuava em meu coração com a mesma força: quero morrer! – Não é desespero, é a certeza de minha resolução e de que me sacrifico por você. Sim, Lotte! Por que ocultá-lo? Um de nós três tem de ir embora, e prefiro que seja eu! Ó, minha adorada! Este coração despedaçado já foi muitas vezes invadido pela fúria de... matar o seu marido... a você... e a mim... assim seja! – Quando subir a montanha numa linda tarde de verão lembre-se de mim e de quantas vezes percorri esse vale; e depois olhe para o cemitério na direção do meu túmulo e veja como o vento embala a relva alva, no brilho dos últimos raios do sol poente. – Estava tranqüilo quando comecei a escrever e agora, agora choro como uma criança, pois isso tudo está tão vivo, tão próximo.” (p. 127-128)


(GOETHE. Os sofrimentos do jovem Werther. São Paulo: Estação Liberdade, 1999. 180 p.)