sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

A matter of felling – Duran Duran


(Uma Questão de Sentimento)

Como é a sensação quando todo mundo te rodeia?
Como você lida com isso? As multidões te fazer se sentir só?
O que você diz quando as pessoas vêm tentar te obrigar a se definir?

Os conhecidos sorriem, mas não há nenhuma compreensão nisso
Como, depois de algum tempo, você continua a cair da mesma montanha?
Tente explicar isso, mas nada realmente chega tão alto assim.

Saia sorrateiramente de manhã, o amor já é passado para você
É um hábito que você está criando, este corpo desesperado por algo novo
Apenas uma questão de sentimento; Esses momentos de loucura certamente vão passar
E as lágrimas secarão enquanto você parte; Quem sabe, você pode achar algo que dure.

A emoção é um jogo, guardado para uma segunda chuvosa
Mas você ri do mesmo modo, pois caiu um toró no domingo
Ligue para seus números, nunca deixe os zeros te colocarem pra baixo.

Como é a sensação? O tempo é pesado demais para segurar?
O que quer que você decida no momento é sagrado
Sempre que você desacelera para ver a vida passar.

Saia sorrateiramente de manhã, o amor já é passado para você
É um hábito que você está criando, este corpo desesperado por algo novo
Apenas uma questão de sentimento; Esses momentos de loucura certamente vão passar
E as lágrimas secarão enquanto você parte; Quem sabe, você pode achar algo que dure.

Você pode sair sorrateiramente pela manhã, o amor já é passado pra você..
É um hábito que você está criando, este corpo desesperado por algo novo
Apenas uma questão de sentimento; Esses momentos de loucura certamente vão passar
E as lágrimas secarão enquanto você parte; Quem sabe, você pode achar algo que dure.

Oh, oh questão de sentimento, oh questão de sentimento
Quando ele vem você ainda está longe, questão de sentimento
Quando ele vem você ainda está longe, questão de sentimento
Você sabe que suas lágrimas secam, questão de sentimento.


terça-feira, 11 de dezembro de 2012


Carta de suicídio de Virginia Woolf à seu marido Leonardo Woolf:




Querido,

Tenho certeza que estou ficando louca novamente. Sinto que não conseguiremos passar por novos tempos difíceis. E não quero revivê-los. Começo a escutar vozes e não consigo me concentrar. Portanto, estou fazendo o que me parece ser o melhor a se fazer. Você me deu muitas possibilidades de ser feliz. Você esteve presente como nenhum outro. Não creio que duas pessoas possam ser felizes convivendo com esta doença terrível. Não posso mais lutar. Sei que estarei tirando um peso de suas costas, pois, sem mim, você poderá trabalhar. E você vai, eu sei. Você vê, não consigo sequer escrever. Nem ler. Enfim, o que quero dizer é que é a você que eu devo toda minha felicidade. Você foi bom para mim, como ninguém poderia ter sido. Eu queria dizer isto – todos sabem. Se alguém pudesse me salvar, este alguém seria você. Tudo se foi para mim mas o que ficará é a certeza da sua bondade, sem igual. Não posso atrapalhar sua vida. Não mais. Não acredito que duas pessoas poderiam ter sido tão felizes quanto nós fomos.
V.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012


“Outrora, a natureza humana não era o que hoje é, mas bem diferente. Havia, a princípio, três espécies de homens e não duas, como atualmente: macho e fêmea. O terceiro gênero era formado pelos dois primeiros. Extinta a espécie, só o nome lhe sobreviveu. Chamavam-se andróginos, porque pelo aspecto e pelo nome lembravam o macho e a fêmea. […]
A causa da diferenciação destas três espécies era que o macho fora engendrado pelo sol, a fêmea pela terra, e o sexo composto, pela lua, filha ao mesmo tempo da terra e do sol. […]
[…] Zeus partiu-os em dois do  mesmo modo que com um fio de cabelo de dividem os ovos para temperá-los com sal. Depois de os ter assim cortado, ordenou Apolo que lhes curasse as feridas e lhes virasse o t e a metade do corpo para o lado do corte, a fim de que, tornassem-se menos atrevidos. [...]

Consumada esta separação, cada parte desejou unir-se à metade de que desligara. Quando depois se encontravam, atiravam-se nos braços uma da outra, enlaçavam-se tão fortemente que, pelo desejo de se fundirem, se deixavam morrer de fome, inertes, sem desejo de nada empreender cada uma em separado. Quando morria uma das metades, a que ficava procurava estreitar-se  a outra metade abandonada, quer se tratasse do que hoje chamamos mulher, quer de homem. E assim extinguiu-se a raça.”



(PLATÃO. O banquete. Bauru: Edipro de Bolso, 2009. 96 p.)
“Duas simples bocas podem fazer
maravilhas com duas simples almas
Das bocas para a mão que a faz carinho,
dos carinhos para o corpo nu, do
corpo para a vontade de virar um só.
Dor no coração.
Líquido que sai como escorregão.
Desejo que tudo se acabe logo
se não morrerei.
Desejo que tudo dure eternamente
se não morrerei.
E quando acaba, desejo de comer doce.
Beber água e fazer xixi.
Ter um trevesseirinho.
Dormir acariciando os cílios.
Ou então, se possível, ter muitos filhos.
Se não morrerei.” 



(MARIANA, Maria. Confissões de adolescente. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1992. 96 p.)

“Adolescer é coisa tão complicada que a própria palavra vem de doer, de adoecer. Exagero dos romanos, que criaram no seu latim a palavra adolescentia com essa ambiguidade? Nem tanto. Toda a literatura sobre o tema (que só nos últimos 50 anos deve pesar toneladas) converge em certas questões, destacadas pela psicologia, pela sociologia e por todas as outras ciências que estudam o comportamento humano.
Questões sobre a transição, a aventura de cada descoberta, o desabrochar da sexualidade, as mudanças corporais e o imenso salto intelectual com o acúmulo de informações sobre o mundo que marcam essa etapa.
Mas questões sobre as responsabilidades crescentes e a luta pela autonomia, os conflitos domésticos e entre gerações, os conflitos com o outro e consigo mesmo.
E isso não é tudo: a inserção nas regras do jogo do mundo adulto (a a  inevitável contestação a essas regras) vem acompanhada pela perda das facilidades da infância e a perplexidade diante da vida que se entreabre, com suas promessas de delícias e ameaças.
Daí a chamada crise da adolescência, cheia de inseguranças e de espinhas na cara.
Por tudo isso, os adolescentes costumam se sentir incompreendidos pelos mais velhos (na maioria, diga-se de passagem, com toda razão) e adotam comportamentos e códigos próprios, desviantes dos padrões esperados, mas completamente legítimos no interior da “turma”, onde cada passo é compartilhado e a confiança é incondicional.
O adolescente é um bicho ético, que detesta a hipocrisia: está procurando, em cada experiência nova, um fundamento da arte de viver. Para isso, a verdade é essencial. Cada experiência é decisiva porque ele sabe que em cada escolha está se construindo como pessoa. Tudo tem que ser falado, dissecado, trocado em miúdos.
Afinal, a vida é uma festa, mas uma festa cheia de mistérios.”


(MARIANA, Maria. Confissões de adolescente. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1992. 96 p.)
Desenho, disponível em: http://www.correio24horas.com.br/blogs/bazar-e-cia/?tag=desenho

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

"Desmaiar-se, atrever-se, estar furioso
áspero, dócil, liberal, indescritível
alegre, mortal, morto, vivo
Fiel traidor, um covarde corajoso.
Não olhar fora do bem, sempre será honrado
Mostrar-se alegre, triste, humilde, orgulhoso
furioso, corajoso, fugitivo
satisfeito, ofendido, desconfiado.
Para afastar a desilusão óbvia
beber veneno como se fosse um licor suave.
Por minha vida eu prometo, amar a dor
acreditar que o céu não cabe no inferno
dar a vida e alma a uma desilusão.
Isso é amor
Quem não provou, não sabe."


Filme: Lope.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012


“O amor é o ridículo da vida, a gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo, indo embora. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar uma vaga noção de paraíso que nos persegue: bonita e breve, como borboletas que só vivem 24 horas. Morrer não dói.”


Filme: Cazuza – O tempo não para. 

terça-feira, 2 de outubro de 2012


Piano Bar - Engenheiros do Hawaii


O que você me pede eu não posso fazer
Assim você me perde, eu perco você
Como um barco perde o rumo
Como uma árvore no outono perde a cor.

O que você não pode, eu não vou te pedir.
O que você não quer, eu não quero insistir.
Diga a verdade, doa a quem doer.
Doe sangue e me dê seu telefone.

Todos os dias eu venho ao mesmo lugar,
Às vezes fica longe, impossível de encontrar
Mas, quando o Bourbon é bom
Toda noite é noite de luar.

No táxi que me trouxe até aqui Willie Nelson me dava razão,
As últimas do esporte, hora certa, crime e religião.
Na verdade 'nada' é uma palavra esperando tradução.

Toda vez que falta luz,
Toda vez que algo nos falta
O invisível nos salta aos olhos,
Um salto no escuro da piscina.

O fogo ilumina muito por muito pouco tempo
Em muito pouco tempo, o fogo apaga tudo.
Tudo um dia vira luz.
Toda vez que falta luz
O invisível nos salta aos olhos.

Ontem à noite, eu conheci uma guria
Já era tarde, era quase dia.
Era o princípio num precipício.
Era o meu corpo que caía.

Ontem à noite, a noite tava fria
Tudo queimava, mas nada aquecia.
Ela apareceu, parecia tão sozinha.
Parecia que era minha aquela solidão.

Eu conheci uma guria que eu já conhecia
de outros carnavais com outras fantasias
Ela apareceu, parecia tão sozinha.
Parecia que era minha aquela solidão.


Desenho (A Sala Escura), disponível em: http://mundohalex.blogspot.com.br/

segunda-feira, 24 de setembro de 2012


Bem Que Se Quis - Marisa Monte


Bem que se quis
depois de tudo ainda ser feliz
mas já não há caminhos pra voltar.
E o que é que a vida fez da nossa vida?
O que é que a gente não faz por amor?

Mas tanto faz,
já me esqueci de te esquecer porque
o teu desejo é o meu melhor prazer
e o meu destino é querer sempre mais,
a minha estrada corre pro seu mar

Agora vem pra perto vem
vem depressa vem sem fim, dentro de mim
que eu quero sentir
o teu corpo pesando sobre o meu,
vem meu amor vem pra mim,
me abraça devagar,
me beija e me faz esquecer...

Bem que se quis....


segunda-feira, 3 de setembro de 2012

"Eu, no entanto, gosto de pêlos, dentes fortes, ombros grossos, quadris inesperadamente pequenos, mãos ásperas e coriáceas devido ao barro. Parece que tudo que valorizo nele é físico: o resto é desconhecido, desagradável ou ridículo."



(A casa do lago: Margaret Atwood)









Desenho, disponível em:  
http://drawingsthaennia.blogspot.com.br/2012_07_15_archive.html

terça-feira, 21 de agosto de 2012


A Cor do Desejo - Ney Matogrosso


A tua boca anda oca
Da minha língua
da minha língua
A minha língua anda à míngua
Sem tua boca
sem tua boca

Exatos são os teus olhos que invadem
E me revelam teu coração
Exata é a cor do teu deserto
A dor do teu deserto
Exatos são teus beijos que me acertam
E a ti revelam meu coração
Exata é a cor do teu desejo
A dor do teu desejo


quarta-feira, 8 de agosto de 2012



Um vislumbre do fim - Clarice Lispector


"Uma vez eu irei. Uma vez irei sozinha, sem minha alma dessa vez. O espírito, eu o terei entregue à família e aos amigos com recomendações. Não será difícil cuidar dele, exige pouco, às vezes se alimenta com jornais mesmo. Não será difícil levá-lo ao cinema, quando se vai. Minha alma eu a deixarei, qualquer animal a abrigará: serão férias em outra paisagem, olhando através de qualquer janela dita da alma, qualquer janela de olhos de gato ou de cão. De tigre, eu preferiria. Meu corpo, esse serei obrigada a levar. Mas dir-lhe-ei antes: vem comigo, como única valise, segue-me como um cão. E irei à frente, sozinha, finalmente cega para os erros do mundo, até que talvez encontre no ar algum bólide que me rebente. Não é a violência que eu procuro, mas uma força ainda não classificada mas que nem por isso deixará de existir no mínimo silêncio que se locomove. Nesse instante há muito que o sangue já terá desaparecido. Não sei como explicar que, sem alma, sem espírito, e um corpo morto — serei ainda eu, horrivelmente esperta. Mas dois e dois são quatro e isso é o contrário de uma solução, é beco sem saída, puro problema enrodilhado em si. Para voltar de ‘dois e dois são quatro’ é preciso voltar, fingir saudade, encontrar o espírito entregue aos amigos, e dizer: como você engordou! Satisfeita até o gargalo pelos seres que mais amo. Estou morrendo meu espírito, sinto isso, sinto...”

- Textos extraídos do livro "Aprendendo a viver", de Clarice Lispector. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2004.


"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro...".


quinta-feira, 12 de julho de 2012



Fênix - Jorge Vercillo
(Flávio Venturini e Jorge Vercilo)


Eu,
prisioneiro meu
descobri no breu
uma constelação

Céus,
conheci os céus
pelos olhos seus
Véu de contemplação


Deus,
condenado eu fui
a forjar o amor
no aço do rancor
e a transpor as leis
mesquinhas dos mortais

Vou
entre a redenção
e o esplendor
de por você viver

Sim,
quis sair de mim
esquecer quem sou
e respirar por ti
e assim transpor as leis
mesquinhas dos mortais

Agoniza virgem Fênix
(O amor)
entre cinzas, arco-íris e esplendor
por viver às juras de satisfazer
ao ego mortal

Coisa pequenina,
centelha divina,
renasceu das cinzas

Onde foi ruína
pássaro ferido
hoje é paraíso

Luz da minha vida,
pedra de alquimia
Tudo o que eu queria
Renascer das cinzas

Quando o frio vem
nos aquecer o coração
Quando a noite faz nascer
a luz da escuridão
e a dor revela a mais
esplêndida emoção
O amor


segunda-feira, 11 de junho de 2012


Don't you remember - Adele


(Você Não Se Lembra)

Quando eu irei te ver novamente?
Você foi embora sem dizer adeus, não foi dita uma palavra sequer,
Nem um beijo final para selar as costuras.
Eu não tinha idéia do estado em que estávamos.

Eu sei que eu tenho um coração inconstante e uma amargura,
E um olho errante e um peso em minha cabeça.

Mas você não se lembra?
Você não se lembra?
A razão pela qual me amou antes?
Baby, por favor lembre-se de mim mais uma vez.

Quando foi a última vez que você pensou em mim?
Ou você me apagou completamente da sua memória?
Eu frequentemente penso sobre onde eu errei,
E quanto mais o faço, menos sei.

Eu sei que eu tenho um coração inconstante e uma amargura,
E um olho errante e um peso em minha cabeça.

Mas você não se lembra?
Você não se lembra?
A razão pela qual me amou antes?
Baby, por favor lembre-se de mim mais uma vez.

Eu te dei o espaço para que você pudesse respirar,
Eu mantive minha distância para que você pudesse ser livre,
E torci para que você encontrasse a peça que faltava
Para trazer você de volta para mim.

Mas você não se lembra?
Você não se lembra?
A razão pela qual me amou antes?
Baby, por favor lembre-se de mim mais uma vez.

Quando eu irei te ver novamente?



Quem Vai Queimar? - Pitty


Encaixotem os livres
Desinfectem os cantos
Estuprem as mulheres
Brutalizem os homens
Despedacem os fracos
Enfeitem a moda
Sodomizem as crianças
Escravizem os velhos
Fabriquem as armas
Destruam as casas
Façam render a guerra
Escolham os heróis

E queimem as bruxas
Deixa queimar...
E queimem as bruxas
Quem vai queimar?

Empurrem conselhos
Forneçam as drogas
Engulam a comida
Disfarcem bem a culpa
Protejam a igreja
Perdoem os pecados
Condenem os feitiços
Decidam quem vai morrer
Contaminem a escola
Violentem os virgens
Aprisionem os livros
Escrevam a história

E queimem as bruxas
Deixa queimar...
E queimem as bruxas
Quem vai queimar?

Quem ordena a execução
Não acende a fogueira
(Pai, rogai por nós)

E queimem as bruxas
Deixa queimar...
E queimem as bruxas
Quem vai queimar?