“Duas
simples bocas podem fazer
maravilhas
com duas simples almas
Das
bocas para a mão que a faz carinho,
dos
carinhos para o corpo nu, do
corpo
para a vontade de virar um só.
Dor
no coração.
Líquido
que sai como escorregão.
Desejo
que tudo se acabe logo
se
não morrerei.
Desejo
que tudo dure eternamente
se
não morrerei.
E
quando acaba, desejo de comer doce.
Beber
água e fazer xixi.
Ter
um trevesseirinho.
Dormir
acariciando os cílios.
Ou
então, se possível, ter muitos filhos.
Se não
morrerei.”
(MARIANA, Maria. Confissões de adolescente. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1992. 96 p.)
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