quarta-feira, 24 de outubro de 2012

“Duas simples bocas podem fazer
maravilhas com duas simples almas
Das bocas para a mão que a faz carinho,
dos carinhos para o corpo nu, do
corpo para a vontade de virar um só.
Dor no coração.
Líquido que sai como escorregão.
Desejo que tudo se acabe logo
se não morrerei.
Desejo que tudo dure eternamente
se não morrerei.
E quando acaba, desejo de comer doce.
Beber água e fazer xixi.
Ter um trevesseirinho.
Dormir acariciando os cílios.
Ou então, se possível, ter muitos filhos.
Se não morrerei.” 



(MARIANA, Maria. Confissões de adolescente. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1992. 96 p.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário