O bilhete do suicida
Vladímir Maiakóvski
matou-se no dia 14 de abril de 1930 e deixou um bilhete.
"A todos
"De minha morte
não acusem ninguém, por favor, não façam fofocas. O defunto
odiava isso.
"Mãe, irmãs e
companheiros, me desculpem, este não é o melhor método (não
recomendo a ninguém), mas não tenho saída.
"Lília, ame-me.
"Ao governo: minha
família são Lília Brik, minha mãe, minhas irmãs e Verônica
Vitoldovna Polonskaia.
"Caso torne a vida
delas suportável, obrigado.
"Os poemas
inacabados entreguem aos Brik, eles saberão o que fazer.
´Como dizem:
caso encerrado,
O barco do amor
espatifou-se na rotina.
Acertei as contas com a
vida
inútil a lista
de dores,
desgraças
e mágoas mútuas.´
Felicidade para quem
fica.
Vladímir Maiakóvski
12/IV/30
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