LUBRICIDADE
Quisera ser a serpe venenosa
que dá-te medo dá-te pesadelos
para envolver-me, ó Flor maravilhosa,
nos flavos turbilhões dos teus cabelos.
Quisera ser a serpe veludosa
para, enroscada em múltiplos novelos,
saltar-te aos seios de fluidez cheirosa
e babujá-los e depois mordê-los...
Talvez que o sangue impuro e flamejante
do teu lânguido corpo bacante,
da langue ondulação de águas do Reno
Estranhamente se purificasse...
Pois que um veneno de áspide vorace
deve ser morto com igual veneno...
CRUZ E SOUZA, João da. Poesias completas. In.: COSTA, Flávio Moreira da (Org.). As 100 melhores histórias eróticas da literatura universal. 5. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005. p. 378.
Nenhum comentário:
Postar um comentário