segunda-feira, 10 de junho de 2013

"Gary tem estado próximo das pessoas e tem toda uma cidade repleta de amigos, mas nem uma vez achara que conhecera alguém como achava que conhecia a mulher que escreveu essa carta. Era como se alguém lhe houvesse rasgado o alto da cabeça e surrupiado um pedaço da alma. Estava tão envolvido com as palavras que a mulher escrevera que qualquer pessoa, passando por ali, poderia tê-lo empurrado da cadeira com um dedo. Um abutre poderia ter pousado na travessa detrás da cadeira em que estava sentado, ter soltado um grito estridente bem no seu ouvido, e Gary não teria ouvido nenhum som."

"É assim que deve ser estar bêbada, Sally descobre-se pensando, enquanto Gary se pressiona de encontro a ela. As mãos dele estão sob sua pele e ela não o detém. Estão sob sua camiseta, estão dentro do seu short e, ainda assim, ela não o detém. Quer o calor que ele a está fazendo sentir. Ela, que não consegue agir sem instruções e um mapa, quer peder-se nesse exato momento. Pode sentir-se cedendo a seus beijos, está disposta a fazer praticamente qualquer coisa. É assim que deve ser estar louca, imagina ela. Tudo o que está fazendo é tão contrário ao seu costumeiro eu que, quando Sally avista sua imagem no anuviado espelho retrovisor, fica atordoada. É uma mulher que poderia apaixonar-se se se permitisse, uma mulher que não detém Gary quando ele levanta seu cabelo escuro, depois comprime a boca na curva de seu pescoço."


(HOFFMAN, Alice. Da magia a sedução. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. p. 194 e 230)

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